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Governistas atacam delegados e promotores da Operação Alba Branca
A quinta reunião quinta reunião da CPI da Máfia da Merenda em São Paulo, na Assembleia Legislativa, abriu com relato do promotor de Bebedouro Herbert Wylliam de Souza Oliveira, o primeiro dos cinco programados para ocorrer na sessão. O pivô do esquema da Máfia da Merenda Cássio Chebabi, ex – presidente da COAF não compareceu alegando que tinha feito delação premiada e Cesar Bertholino Lopes pediu para ser ouvido em sessão secreta por estar sofrendo ameaças.
O promotor de Justiça da Comarca de Bebedouro apresentou um panorama geral das investigações, em especial dos depoimentos tomados, explicou os trâmites do processo e afirmou que foi convencido de estava correto o envio da investigação para o Ministério Público Federal, pelo fato de deputados e secretários de estado terem sidos mencionados por outros envolvidos no esquema. A avaliação foi contestada pelos deputados Marcia Lia e Alencar Santana Braga que foi incisivo na defensa de que cabe a Assembleia Legislativa investigar os agentes a políticos do Estado de São Paulo e não somente as cooperativas e os municípios.
Herbert apontou que um dos dados de irregularidade apurado pela investigação da Operação Alba Branca, foi o valor de R$ 24,10, o pacote de arroz de cinco quilos, cobrado pela COAF, da prefeitura de Americana, em 2013.
O ex- vice-presidente da Coaf, Carlos Alberto Santana da Silva, foi o segundo a prestar depoimento e em diversos momentos comprometeu parlamentares em sua fala, dizendo que as informações que chegaram até ele é que as propinas eram pagas para lobistas e repassadas para deputados. Foram citados por ele o deputado estadual e presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB) e os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Duarte Nogueira (PSDB).
Carlos Santana informou que na sua passagem pela COAF, de 2012 a 2016, era responsável pela elaboração de projetos da Cooperativa e relatou que o ex- presidente Cassio Chebabi e o lobista Marcel que faziam a interlocução da Cooperativa com as Secretarias Estaduais de Agricultura e de Educação e mencionavam os deputados como pessoas que tinham contato para viabilizar os contratos com o Estado.
Ao ser inquirido de como funcionava o esquema, o depoente mudou o tom e passou a responder de maneira evasiva, mas diante da bateria de indagações da oposição acabou caindo em contradição por diversos momentos. Uma das questões vinda à tona foi a frequência com que a COAF sacava dinheiro em espécie em volumes vultosos e admitiu que autorizou o então funcionário César Augusto Lopes Bertholino, sacar R$ 95 mil, valor que foi apreendido pela policia. Questionado sobre o montante manipulado Carlos respondeu que desconhecia o destino do dinheiro e passou a acusar os promotores e delegados o pressionaram a fazer algumas declarações.
A partir desse momento os deputados governistas Barros Munhoz do PSDB e o delegado Olim do PP e Carlão Pignatari, repetiram a linha adotada na sessão da semana passada de desqualificar as investigações conduzidas pelos promotores e delegados que atuaram nas investigações da Operação Alba Branca. Munhoz foi o mais enfático em acusar os promotores de terem coagido os depoentes na Operação Alba Branca. O líder da Bancada deputado EstadualJosé Zico Prado reagiu à manobra e defendeu a busca dos culpados como prioridade da CPI. “Os pequenos e médios agricultores do estado e os estudantes aqui presentes são vítimas de tudo isso”, afirmou.
Conluio entre as cooperativas
Ainda de acordo com as informações de Carlos Santana, houve acordo entre as cooperativas Coser, Agrosol e COAF na disputa de licitações destacou que a disputa pelo contrato da prefeitura de Barueri foi o ponto de discórdia entre as cooperativas e descreveu a fraude cometida pela COAF, com a troca de envelopes, para vender o certame daquela cidade.
Acareação
Os deputados João Paulo Rillo e Beth Sahão flagraram contradições de Carlos Santana com base no depoimento que ele havia feito as autoridades da Operação Alba Branca, o que motivou Rillo propor a realização de uma acareação entre o depoente Carlos Alberto Santana da Silva e o promotor Leonardo Romanelli. Já a deputada Beth Sahão contestou a manobra da base do governador Geraldo Alckmin de conduzir a CPI, de modo a condenar os trabalhos da Operação Alba Branca.
Vitima
A última oitiva foi do ex- funcionário Carlos Luciano Lopes, começou seu relato dizendo que foi coagido pela Polícia Civil Ministério Público Estadual, durante as investigações e alegou que a publicação de sua foto segurando maços de dinheiro, extraída de uma rede social e fornecida pela policia civil aos órgãos de imprensa destruíram sua reputação. Segundo Luciano o dinheiro não era propina e se tratava do salário dos funcionários da cooperativa.
Quanto a participação de deputados no esquema, ele contou que ouviu dizer que Marcel recebia ajuda de assessores do presidente da Alesp, deputado Fernando Capez (PSDB) para obter contratos junto a administração do governo Geraldo Alckmin. Quando trabalhava na cooperativa disse que tinha acesso ao rastreamento do carro gol, que de maio a dezembro de 2014, teria sido emprestado para a campanha eleitoral do então candidato a deputado estadual, Fernando Capez e que por vezes pagava multas do carro que circulava na cidade de São Paulo em dia de rodízio.
Na sequencia o depoente afirmou que soube que por duas ou três ocasiões o lobista Marcel Ferreira Junior, teria encontrado com algumas pessoas na Assembleia Legislativa, algumas vezes na lanchonete e outras na garagem da instituição.
Perguntado sobre qual foi seu papel na cooperativa, Luciano disse que era a pessoa que operava a liberação dos pagamentos efetuados em cheque ou ordem de pagamento assinados pelo então presidente da COAF Cassio Chebabi.
A postura de vitima de Luciano que em parceria com a base governista atacava os agentes de investigação permeou seu depoimento que culminou com a apresentação de um vídeo onde os promotores e delegados cobram que os fatos sejam esclarecidos.
Para contrapor a narrativa e a manobra da base do governador de atacar a Operação Alba Branca, o deputado Alencar Santana Braga apontou que as verdadeiras vítimas de Máfia da Merenda são os estudantes das escolas públicas estaduais que estão sujeitos a receber bolachas e o risco de receber carne estragada.
Outro momento de confronto de versão ocorreu quando o deputado João Paulo Rillo destacou a contradição de Carlos Luciano que relatou que o lobista Marcel teria dito “deputado não passa nota de recebimento de valores,” ao se referir à pagamento de propina. Rillo chamou atenção quanto a está afirmação. ” Por qual motivo um deputado emite nota? O senhor não acha estranho? Luciano não respondeu a indagação.
Condução
Os arrolados nos depoimentos da investigação Alba Branca, Cesar Augusto Lopes Bertholino e Cassio Izique Chebabi, que se ausentaram da sessão desta terça-feira, serão novamente notificados e caso não atendam ao chamado da CPI serão conduzidos coercivamente à CPI da Máfia da Merenda.
Participação dos estudantes
Depois de serem barrados na última reunião da CPI, com o argumento de lotação do plenário, na reunião desta terça-feira (16) alguns estudantes secundaristas acamparam em frente à Alesp e garantiram lugar nas galerias do auditório Dom Pedro I. Com faixas, cartazes e, em alguns momentos, gritos de luta, os estudantes acompanharam os depoimentos, exigindo punição rigorosa aos ladrões de merenda.
Depoimentos Amanhã
Nesta quarta- feira, dia 17/8, a CPI da Máfia da Merenda deve ouvir seis pessoas;
1- João Roberto Fossaluzza Junior- ex- colaborador da COAF
2- Caio Pereira Chaves- funcionário da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar- COAF
3- Adriano Miller Aparecido Gibertoni Mauro, funcionário da COAF
4- Emerson Girardi – funcionário da COAF
5- Aluisio Girardi Cardoso – funcionário da COAF
6- Carlos Eduardo da Silva- ex- diretor da COAF
O primeiro depoimento deverá ocorrer em sessão reservada, conforme requereu João Roberto Fossaluzza que alegou estar sofrendo ameaças.
Rosário Mendez
colaboração de Luiz Henrique-
ass. deputado Alencar Santana Braga

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