Com obras atrasadas, panes são constantes e tucanos ainda acham graça
Panes, atrasos e lentidão fazem parte do cotidiano dos passageiros da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Isso porque obras essenciais prometidas pelos tucanos estão atrasadas há mais de dois anos, muitas delas sem previsão de retomada.
São 12 obras, com atraso médio de um ano e oito meses, destinadas a modernizar trilhos, vias aéreas e sistemas de energia, um dos problemas crônicos da rede hoje, cheia e sobrecarregada.
Elas ocorrem nas linhas 7-rubi (Luz-Francisco Morato), 8-diamante (Júlio Prestes-Itapevi), 9-esmeralda (Osasco-Grajaú), 10-turquesa (Brás-Rio Grande da Serra) e 11-coral (Luz-Guaianazes-Estudantes), esta a mais movimentada da rede.
Só na semana passada, duas falhas no fornecimento de energia atrapalharam a circulação de trens em São Paulo, nas linhas 7 e 11.
Elas se devem ao fato de a oferta de energia não ser suficiente para a demanda e por desgaste das redes aéreas que levam energia aos trens.
Presidente do Metrô faz piada sobre superlotação
Mas o presidente do Metrô, Peter Walkers, acha graça e faz piada a respeito do verdadeiro caos vivido pelos usuários do sistema metroferroviário paulista.
“Por que em Itaquera fica aquela fila, parece pinguim, e a plataforma cheia? Porque, se deixar descer pela catraca, daí vai ser um inferno na plataforma”, disse Walkers, ao falar das medidas de contenção antes das catracas em estações muito cheias no pico, como a parada final da Linha 3-Vermelha.
A malha metroviária chega a transportar 4,6 milhões de pessoas por dia – volume que aumentou em 25% nos últimos dois anos.
Obras apontadas como prioritárias se arrastam em SP
Metrô SP – Atraso e falta de investimentos. O projeto original do Metrô (em 1968) previa mais de 300 Km de linhas prontas na década de 90. Em 2013, temos apenas 74 Km. O governo Alckmin já deixou de executar 70,2% do orçamento previsto na expansão do sistema, o que corresponde a R$ 5,7 bilhões. Denúncias de superfaturamento, acidentes e execução mal planejada são uma constante. É o metrô mais lotado do mundo.
Trem de Guarulhos (linha 13 – Jade) – Ainda em licitação. O governo Alckmin previu apenas R$ 1 milhão no orçamento e, mesmo assim, não realizou nada. Um empréstimo de R$ 1,1 bilhão é que irá bancar mais de 90% da obra. O prazo para conclusão é 2017.
Rodoanel – trecho Norte – 2 anos de atraso, só deve ficar pronto em 2016, quando a promessa era para 2014. O governo federal investe mais de R$ 1,7 bilhão nas obras, sendo que R$ 960 milhões já estão no caixa da Dersa.
Corredor Metropolitano Oeste – Capital/Osasco/Itapevi – Pelo menos um ano de atraso. O contrato inicial foi cancelado e o primeiro trecho (Jandira/Itapevi) deve ficar pronto só no final de 2014. O prazo inicial de conclusão era 2011, consta do PPA 2008-2011 de Serra. Financiamento de bancos do governo federal de R$ 325 milhões garantem 100% da obra.
VLT de Santos – São pelo menos 8 anos de atraso. O primeiro governo de Alckmin previa sua conclusão em 2007, depois Serra postergou para 2010 e agora Alckmin promete novamente para abril de 2015. O projeto terá R$ 860 milhões financiados pelo governo federal.
Ligação Santos-Guarujá – Nada foi feito. O projeto vem sendo discutido desde 1927. Nos governos Covas e Alckmin I discutia-se a construção de um túnel. Em 2010, Serra inaugurou maquete de ponte estaiada. Em 2012, o governo Alckmin volta a projetar a construção de um túnel.