Por Portal Vermelho
Durante a manifestação, que aconteceu no final da tarde de quarta-feira (3), também ocorreu a Assembleia de Democratização da Mídia, onde foi apontada a suposta sonegação da Globo de R$ 1 bilhão na compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.
A denúncia de sonegação foi feita pelo blog `O Cafezinho` e reproduzida por diversos blogs e portais de notícia como o Vermelho. A estimativa do público foi feita pelos organizadores do ato como Fale-Rio, que representa o FNDC no estado, Cidadania Sim! Pig nunca mais e Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, entre outros coletivos de cultura.
O grupo aproveitou o ato para lacrar simbolicamente o prédio da emissora da mesma forma que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) faz com as rádios comunitárias. Coordenadores do Barão de Itararé, no Rio, protocolaram no Ministério Público “o documento da Receita Federal que comprova a sonegação” que também foi entregue à emissora informando o procedimento e cobrando explicações.
Em nota pública, a Globo tentou se explicar: “A Globo Comunicação e Participações esclarece que não existe nenhuma pendência tributária da empresa com a Receita Federal referente à aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de Futebol de 2002. Os impostos devidos foram integralmente pagos.” Questionada novamente sobre a multa chegou a emitir um novo comunicado. A Receita Federal, no entanto, entendeu que houve erro ou sonegação, não aceitou as justificativas contábeis e fez a cobrança.
Os movimentos afirmam que, ao contrário do que disse a emissora, a Globo ainda deve perto de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. “A dívida é a soma do impostos mais juros e multa, resultantes de um auto de infração no qual a Receita detectou a intenção da Globo de fraudar o fisco. Em valores atualizados, chegaria perto de R$ 1 bilhão”, diz o blogueiro Miguel do Rosário.
Com gritos como “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo” e “a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”, os manifestantes permaneceram no local até o início da noite de quarta. No protesto, o colunista Arnaldo Jabor, o jornalista William Waack e até o apresentador Pedro Bial, todos também foram alvo das palavras de ordem. Ainda durante o ato, a emissora também foi chamada de “fascista”, “imperialista”, “golpista” e “sensacionalista”.
O protesto foi convocado a partir das assembleias populares realizadas às segundas, sempre às 17 horas, no Campinho da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após discussões sobre a denúncia do blog O Cafezinho, os estudantes e militantes presentes decidiram pelo ato. “Não à sonegação” e “ô, a Globo sonegou”, gritavam os manifestantes, que prometeram que “amanhã vai ser maior”.
“A pior sonegação que a Globo tem feito não é a fiscal. A pior sonegação da Globo é a de informações, de verdades para a esfera pública”, declarou ao Vermelho Theo Rodrigues, coordenador do Barão de Itararé e da Fale Rio.
Mesmo o protesto se mantendo de forma pacífica, dezenas de policiais foram acionados e posicionados em frente da emissora.
Durante a assembleia também foi lembrada a coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular que institui um novo marco regulatório para o setor no Brasil e deixaram claro: é só o começo.
Manifestantes lacram Rede Globo e denunciam monopólio da mídia
Cerca de mil pessoas se reuniram em frente à sede da Rede Globo no Rio de Janeiro (RJ) em um ato de ocupação da emissora para protestar contra o monopólio da comunicação no país