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CPI da Merenda: ex-Membros do Governo do Estado prestam depoimento

Luiz Henrique Dias

Em reunião da Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (05), a CPI que investiga a Máfia da Merenda que operou dentro do Governo Geraldo Alckmin, iniciou seus trabalhos ouvindo Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-Chefe de Gabinete da Casa Civil, sobre o envolvimento dele e de outros integrantes da gestão tucana nos contratos firmados entre a Cooperativa Agrícola Familiar (COAF) e a Secretaria de Educação. Durante a oitiva, os deputados da bancada petista foram incisivos nas perguntas relacionadas às denúncias veiculadas na imprensa e investigadas pela Operação Alba Branca. Moita precisou dar explicações quanto a sua atuação nos contratos e sobre supostas informações privilegiadas, bem como sobre o recebimento de supersalários, conforme veiculado em matéria do Jornal Folha de São Paulo (http://migre.me/v9APl).

História mal contada 

“Mais um mentiroso”, fala o Deputado Alencar Santana Braga durante do depoimento Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-Chefe de Gabinete da Casa Civil, à CPI que investiga a Máfia da Merenda que operou no Governo do Estado de São Paulo. A afirmação foi feita após o depoente mentir quanto a fatos investigados, principalmente quanto ao tráfico de influência enquanto esteve na Casa Civil, e baseou-se em provas e transcrições de escutas telefônicas autorizadas pela justiça.

Superfaturamento e vícios de contrato

O segundo a prestar depoimento, na manhã desta quarta-feira (05), foi o ex-Chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Educação, Fernando Padula. Ele negou ter dado orientações quanto ao chamado reequilíbrio financeiro, mas foi desmascarado pela bancada petista com a apresentação de documentos e degravações de escutas telefônicas feitas pelas Polícia Civil, com autorização da Justiça. 

Ainda, Padula, que chegou a ocupar o cargo de Secretário Interino de Educação, disse diversas vezes não saber de nada acontecido na Secretaria e de não conhecer as pessoas envolvidas, mesmo tendo ele ocupado importantes funções no Governo Alckmin nos últimos anos. 

O deputado Alencar Santana Braga, único membro titular da oposição, apresentou documentos comprovando que a Secretaria de Educação fez um processo de licitação viciado para compra de suco de laranja, onde apenas dois preços foram tomados, quando a Lei determina três, além de um falso laudo do exame bromatológico. Padula, mesmo diante das provas, continuou defendendo os processos licitatórios feitos pelo Governo.   

A CPI ouvirá ainda a ex-Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares do Departamento de Alimentação e Assistência ao Aluno, Dione Di Pietro.

Culpa da imprensa

Um dos momentos mais constrangedores ao depoente foi quando ele disse ter sido o Governo do Estado vítima da imprensa e que seu nome foi citado como forma de “equilibrar” a balança das notícias, atingindo algumas figuras do PSDB.

Ex-servidora compromete ainda mais o Governo

A terceira oitiva do dia foi a ex-Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares do Departamento de Alimentação e Assistência ao Aluno, Dione Di Pietro, citada em uma das delações da Operação Alba Branca como envolvida na assinatura de contratos irregulares entre a Cooperativa de Agricultura Familiar (Coaf) e o Governo do Estado. 

Interrogada pelos deputados da Bancada do PT, Dione esclareceu questões ligadas às rotinas da Secretaria de Educação e desmentiu o ex-Chefe de Gabinete, Fernando Padula, que momentos antes prestou também depoimento e disse não, quando ainda atuando na pasta, não tinha rotina de reuniões com as equipes ligadas aos contratos e licitações. 

Segundo a interrogada, os encontros entre Padula e sua equipe era constantes e sempre discutiam os procedimentos administrativos da Secretaria. Ainda, a servidora aposentada admitiu poder haver erro no edital de compra de suco de laranja da Coaf e base das investigações. 

Além de Dione e Padula, os deputados ouviram também Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-Chefe de Gabinete da Casa Civil, que apresentou dados divergentes de muitos dos interrogados até o momento, ao ponto de o Deputado Estadual Alencar Santana Braga pedir as cópias em vídeo do depoimento de Moita e solicitar acariação dos depoentes do dia.

Próxima reunião 

A CPI volta a se reunir na próxima terça-feira (11), onde serão ouvidos ao menos mais dois envolvidos. 

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