Dia de comemoração e de luta
* Alencar Santana Braga
Esta é a semana em que se comemora o Dia do Professor (15 de outubro).
Uma data de grande importância para lembrarmos o quanto é importante o reconhecimento dos profissionais da educação, em especial daqueles que atuam diretamente em sala de aula: os professores.
Todos nós sabemos o quanto é preciso amor e dedicação às pessoas, além de muito estudo, para estar a frente de uma turma e transmitir não apenas conhecimento, mas valores e uma visão ampliada de sociedade.
Dessa forma, é importante valorizar o docente, em todas as etapas do ensino, melhorando as condições de trabalho, segurança e salário, bem como garantindo uma carreira digna e estimulante.
No entanto, nesta data que deveria ser de alegria, pouco temos a comemorar em São Paulo, pois o estado mais rico do país e que deveria ser um exemplo em educação e em investimentos por parte do Governo Estadual não é capaz de fazer seu dever de casa.
Durante todo o ano, o Ensino Público Estadual sofreu um verdadeira atentado à sua essência. Alckmin (seguindo a linha governos do PSDB, como o Beto Richa, no Paraná), tratou professor com pancada da PM durante a Greve ocorrida há poucos meses, além de coagir os grevistas com cortes de salários e ameaças de demissão e, pouco tempo depois, apresentou um desastroso projeto de “remodelação” do ensino, com fechamento de quase 130 escolas e, consequentemente, a superlotação das salas remanescentes, forçando os professores a um trabalho mais exaustivo e perdendo a capacidade de um bom acompanhamento aos estudantes.
Querem o desmantelamento da educação gratuita.
Os maiores prejudicados são professores e alunos das escolas de periferias, onde as condições já não são adequadas e agora, com o fechamento de salas de aulas, tendem a piorar, prejudicando a vida de milhares de jovens, bem como causando problemas aos educadores.
Ainda, ao contrário do Governo Federal e mesmo da Prefeitura de São Paulo, que têm ampliado o piso salarial do professor ano após anos, o Governo do Estado mantém um arroxo que fere os princípios de valorização do trabalho e tiram mais e mais pessoas das carreiras de docência, em função dos baixos salários e más condições.
Precisamos nos posicionar contra a precarização da educação pública. Alckimin e seus aliados não têm o direito de entregar o ensino do Estado de São Paulo nas mãos da iniciativa privada. Devemos lutar pela expansão da rede, assim como pelo abertura de novas vagas e campi universitários estaduais. Precisamos dizer ao Governo do Estado que não é certo fechar escolas e construir presídios. Precisamos explicar que o futuro passa pela educação de qualidade e esta passa, obrigatoriamente, por um professor valorizado e respeitado.
* Alencar Santana Braga é Deputado Estadual (PT-SP), Coordenador da Frente Parlamentar “Guarulhos quer metrô” e Presidente da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa de São Paulo.