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Que a voz das ruas não seja silenciada

Por Alencar Santana Braga*
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Há alguns dias, São Paulo tem sido palco de protestos contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem. Ato a ato, o movimento foi ganhando força e apoio em outras cidades, inclusive em outros países.
Começou contra o aumento da passagem, com o MPL (Movimento Passe Livre) e a participação de jovens militantes partidários, anarquistas, estudantes, trabalhadores e outros. Agora é também em defesa da liberdade da manifestação popular e conta com apoio da sociedade.
O governo Alckmin tentou incriminar o movimento e seus integrantes chamando-os de vândalos, baderneiros e até quadrilheiros. Não podemos permitir, pois tais adjetivos são sempre utilizados com o objetivo de desqualificar aqueles que lutam por direitos coletivos e pela democracia.
Concordemos ou não com o propósito do MPL, que defende a gratuidade do transporte coletivo urbano a todos os cidadãos, a sociedade não pode pactuar com a violência policial praticada durante os protestos, da mesma maneira que não aceita a depredação que alguns integrantes praticaram.
O Estado, através da Polícia Militar, abusou de seu poder ao tentar reprimir as manifestações e ao praticar agressões violentas contra as pessoas presentes.
Ação esta que foi reflexo do pensamento de seu chefe maior, o governador Alckmin, o primeiro a acusar o movimento de vândalo e de determinar que a PM agisse com força. É importante relembrarmos que tal brutalidade foi praticada quando ocorreu a invasão da USP e também na retirada das famílias do Pinheirinho.
A atuação da PM foi tão desmedida, visando somente a violência, que até mesmo pessoas que não estavam participando do ato e jornalistas que estavam cobrindo a manifestação foram atingidos.
Devemos compreender essas manifestações como um desejo de garantir mais respeito, direitos, liberdade e solidariedade entre as pessoas. E o poder público deve agir a fim de assegurar os serviços públicos com qualidade e o pleno exercício da liberdade.
A melhor maneira para que atos violentos não sejam praticados é o diálogo. O prefeito Haddad, após a última manifestação, convidou os líderes do MPL para uma reunião nesta terça-feira a fim de discutir a situação do transporte na Capital e ouvir as reivindicações. Esperamos que o governo Alckmin faça o mesmo, ao invés de chamar o comando da Secretaria de Segurança para conversar, pois o movimento não é uma questão de segurança, mas sim de cidadania em busca de um direito.
Que a voz das ruas não seja silenciada, mas que continue sendo ouvida, mesmo que seja para dizer que não concorde com ela. Temos que dizer não à violência policial.
* Alencar Santana Braga é advogado, deputado estadual pelo PT/SP

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