Vereadores e moradores das cidades que serão atingidas pelo impacto do Rodoanel Leste participaram da atividade e questionaram, dentre outras preocupações, o modo como estão sendo realizadas as tratativas de desapropriações, principal tema da tarde.
Por iniciativa do deputado Alencar, presidente da comissão de Infraestrutura da Assembleia, foi realizado na tarde dessa quarta-feira (12) uma audiência com o diretor financeiro da Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) e representante da SPMar, Concessionária responsável pelas obras do trecho leste Rodoanel, para tratar sofre o andamento das obras. A rodovia ligará as cidades de Mauá, Ribeirão Pires, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Arujá e Guarulhos.
Vereadores e moradores das cidades que serão atingidas pelo impacto do Rodoanel Leste participaram da atividade e questionaram, dentre outras preocupações, o modo como estão sendo realizadas as tratativas de desapropriações, principal tema da tarde.
Eles relataram à Artesp e à SPMar, dificuldades nas negociações, maus tratos e pressão por parte da Itazi, empresa responsável pelas negociações com as famílias. O baixo valor oferecido por suas residências também foi pauta.
“Não queremos dinheiro do Estado, queremos apenas o que nos é de direito. Um valor justo que investimos em nossas casas, somente assim poderemos comprar um outro imóvel com as mesmas características do atual”, disse a Maria Aparecida Alves da Silva, moradora de Itaquaquecetuba.
O vereador Derly (PT) de Suzano indagou os representantes sofre a falta de preocupação social com as famílias. “É uma crítica que eu já venho fazendo há muito tempo, tanto para a Artesp quanto para a SPMar. Não existe sequer um pingo de preocupação com as pessoas”.
Em nome da Comissão de Habitação da Câmara de Arujá, o vereador Renato Caroba (PT) também ressaltou o problema da relação social da empresa com os moradores. “Isso nos assusta, em Arujá está acontecendo o mesmo que nas outras cidades, pressão em cima dos moradores e maus tratos com as famílias. Queremos solução, e que a empresa Itazi respeite o nosso povo”, disse Caroba.
Para o deputado Alencar, a obra é sem dúvida nenhuma muito importante para São Paulo, mas deve ser realizada com responsabilidade social.
Alencar fez avaliação positiva da audiência. “Foi boa, pois garantiu a participação das pessoas atingidas e de lideranças políticas da região, que demonstraram os abusos realizados no processo de desapropriação das casas. Esperamos que a partir da agora a relação da empresa com a população seja mais respeitosa, e que a Artesp e a SPMar deem andamento as sugestões apresentadas e indenize de forma justa as famílias que serão removidas de suas casas”, disse o parlamentar.
Ao final da atividade Alencar propôs a criação uma comissão de negociação com a participação de deputados, vereadores e moradores, representantes da OAB local, da Artesp e SPMar, para que cada caso seja visto individualmente e forma justa.