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Os recursos originalmente aprovados para obras emergenciais em Guarulhos podem ser remanejados para Campinas. Enquanto isso, as enchentes continuam e mais vidas serão perdidas. 
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GUARULHOS
O Deputado Estadual Alencar Santana Braga presidiu, nesta quarta-feira (27), no CEU Presidente Dutra, em Guarulhos, Audiência Pública para tratar do atraso nas obras de adequação e canalização do Rio Baquirivu, de responsabilidade do Governo do Estado, que são esperadas pela população do entorno do rio e que sofrem com as constantes enchentes.
A reunião, chamada pela Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa, contou com a presença de deputados, representantes do Governo Estadual, do Superitendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Ricardo Borsari, dos prefeitos de Arujá e Guarulhos e de vereadores, secretários e lideranças comunitárias das duas cidades.
Com ampla participação popular, cerca de 1.500 moradores das regiões de entorno ao rio estiveram presentes, levando suas reivindicações e seus relatos de transtornos e perdas com as chuvas. Com cartazes, faixas e abaixo-assinados, pediram urgência na execução das obras.
Em sua fala, Alencar relembrou outras duas audiências públicas onde o próprio DAEE apresentou os projetos executivos das obras do Baquirivu e prometeu a execução das obras, que nunca foram executadas.
O Deputado denunciou a tentativa do Governo Alckmin em retirar os recursos destinados ao Baquirivu e enviá-los para a execução de obras na região de Campinas.
Durante toda a Audiência, diversas lideranças cobraram o DAEE sobre um emergencial desassoreamento do rio e do início imediato das obras.
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Entenda o problema
O Rio Baquirivu-Guaçu tem seu trajeto ao longo de dois municípios, Arujá e Guarulhos, e por essa característica, tem sua gestão vinculada ao Governo do Estado, através do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), bem como sua manutenção e conservação.
Algumas intervenções feitas no rio prejudicaram muito a cidade de Guarulhos, uma delas foi a canalização e urbanização das marginais do Baquirivu em Arujá, localidade onde o rio nasce e, portanto, ganha velocidade. Segundo engenheiros, as canalizações devem ou serem feitas na totalidade do rio ou serem começadas pelas partes baixas (do final para o começo).
A opção do DAEE em começar pela parte alta do rio gera um acúmulo de água nos trechos sem canalização, justamente nos bairros às margens do rio em Guarulhos.
Tais bairros têm sido vítimas de constantes enchentes nos últimos anos.
Alckmin mandou o dinheiro pra Campinas
Em 2012, através de uma batalha comandada pelo Deputado Alencar Santana Braga, foi aprovada na Assembleia Legislativa a Lei nº 14.790, destinando mais de R$ 700 milhões em recursos do Banco de Desenvolvimento da América Latina para obras no Baquirivu.
Os recursos seriam utilizados para a construção de cinco piscinões, término dos trabalhos de canalização, remoção de famílias em área de risco e melhoria da mobilidade no entorno.
No entanto, e apesar da conclusão dos projetos de engenharia, o Governador Geraldo Alckmin não deu andamento aos trabalhos.
A promessa era para 2014, mas nada foi feito.
Para aumentar o drama das famílias vítimas da enchentes, ainda no início de 2016, o mesmo Geraldo Alckmin enviou para a Assebleia um projeto de lei (PL 123/2016) que retira os recursos do Baquirivu e os direciona para a construção de obras em Campinas, levando os recursos para mais de 100 km de distância de onde está o problema.
A luta continua
Ao final da Audiência, o Deputado Alencar Santana Braga disse que vai continuar atento e atuante na questão do Baquirivu, lutando pra garantir o destino certo dos recursos e as obras que, segundo ele, são fundamentais para dar mais tranquilidade às famílias que vivem às margens do rio.
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