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Há muitos anos acompanho a dramática situação da FURP, a estatal paulista responsável por fabricar parte significativa dos medicamentos utilizados nos serviços de saúde do Estado de São Paulo e de centenas de cidades brasileiras. 
A empresa, que chegou a ser o maior fabricante público de medicamentos do país, contava com duas unidades de produção, uma em Guarulhos e outra em Américo Brasiliense, sendo que esta última foi transferida para iniciativa privada no governo Alckmin, PSDB. 
Agora, outro tucano, João Doria, quer acabar de vez com a FURP e privatizar essa importante e estratégica empresa, abrindo mão da autonomia do Poder Público de produzir e fornecer medicamentos à população. 
Antes disso, os sucessivos governos do PSDB trataram de atuar contra a FURP, subutilizando as plantas industriais, deixando faltar insumos, promovendo demissões ilegais e diminuindo a gama de medicamentos produzidos. 
Esse é o velho receituário neoliberal: sucatear para justificar a venda, sem dar importância nenhuma à população ou a quem precisa dos medicamentos. 
Estamos ao lado dos trabalhadores e da saúde pública, fazendo as seguintes reflexões: 
– o Estado de São Paulo, ao abrir mão de seus laboratórios e fábricas de medicamentos, assim como do acesso à tecnologia de fabricação, não estaria refém dos grandes laboratórios privados, que poderão impôr sua política de preços aos governos municipais e estaduais sem preocupação alguma com a concorrência?
– em caso, por exemplo, de uma grave epidemia, como ficaríamos sem nossas fábricas de medicamentos e nossos profissionais capacitados na área? 
– Não estaria o Governo do Estado abrindo mão de seu papel de zelar pelo interesse público e a saúde da população?
Defender a FURP é defender não somente os empregos e o patrimônio do Estado de São Paulo, mas também defender nosso direito à saude e a uma política justa e eficaz de acesso aos medicamentos de qualidade. 
Alencar Santana Braga (PT-SP)
Deputado Federal

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