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Demissão de Ernesto é uma vergonha a menos, mas é pouco: é preciso mudar a política externa

O pedido de demissão de Ernesto Araújo do comando do Itamaraty – caso se confirme oficialmente – e a sua substituição na chefia da nossa diplomacia é uma ótima notícia para o Brasil. Será um motivo de vergonha a menos para ao país perante o mundo e perante a nossa sociedade. Mas ainda é muito pouco. Não basta mudar o comando. É preciso mudar a política externa do Brasil.
Jair Bolsonaro é o maior responsável por toda a crise social, econômica e política que o país atravessa. E essa responsabilidade também está nas escolhas que faz para o seu ministério, sobretudo em áreas vitais para o enfrentamento da pandemia.
Nas relações exteriores, além de ser um capacho dos Estados Unidos durante o governo fracassado de Donald Trump, o que comprometeu a nossa soberania, o governo do Brasil trabalhou contra o seu próprio povo em vários momentos. Daí que é imprescindível uma mudança substancial na orientação da nossa política externa, que sempre esteve voltada à cooperação multilateral e à promoção do bem comum entre os povos, especialmente das nações pobres e em desenvolvimento.
E Ernesto Araújo foi mais do que cúmplice do seu chefe nos crimes de lesa-humanidade do governo contra a população brasileira, que têm sido denunciados através do termo “genocídio”. O discípulo de Olavo Carvalho foi protagonista ativo das ações que poderão resultar em julgamento no Tribunal Penal Internacional de Haia.
Contra o diplomata pesam inúmeros registros em vídeos, fotos e documentos dos seus atos e declarações que configuram ações deliberadas para expor cidadãos e cidadãs do Brasil ao risco de se contaminar com o vírus do Covid-19, ou seja, expô-los ao risco de morte ou de graves sequelas para a saúde.
De um lado, a promoção do negacionismo a respeito da gravidade da doença: desestímulo às medidas sanitárias de contenção da transmissão, como o uso de máscaras e a precaução de se evitar a formação de aglomerações.
Do outro lado, e talvez ainda mais grave, diante do cargo que ocupa, o boicote à demanda internacional pela quebra de patentes das vacinas contra o vírus, impedindo a produção mais rápida das vacinas e insumos e retardando a imunização da população.
Ernesto Araújo, assim como Jair Bolsonaro, terá que responder pelos seus crimes. A sua demissão é apenas o primeiro passo para isso. O seu lugar, que é o lugar de todos os agentes públicos que cometem crimes de lesa-humanidade, é a cadeia! E é para isso que o meu mandato vai trabalhar, junto com a sociedade civil brasileira.
Artigo publicado no 247, veja aqui.

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