Há poucos dias a revista Época publicou um verdadeiro dossiê sobre o cunhado do governador Geraldo Alckmin, candidato ao cargo de presidente pelo PSDB.
Segundo a revista, Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama, era o operador financeiro das campanhas estaduais de Alckmin e de sua campanha à Presidência, em 2006.
O mesmo cunhado já havia sido citado nas delações da Odebrecht e aparece em uma denúncia parada na Justiça.
No entanto, parece que não existe nada; é como se estivesse perdido ou parado em algum lugar da Justiça – morosa para uns; célere para outros. Eu mesmo estive pessoalmente em Brasília, na PGR, pedindo informações sobre a delação contra Alckmin, pois passaram sete meses da delação e nem inquérito fora aberto. Vi de perto a falta de pressa do Judiciário quando se trata de tucanos, como Alckmin e Aécio.
O mais assustador, no entanto, é como os grandes jornais do país – em especial os maiores do estado de São Paulo – repercutiram as informações trazidas pela revista: não deram manchete em suas capas, não fizeram alardes e, muito menos, pediram imediatas investigações contra Alckmin e seus amigos, bem como não chamaram para manifestações “contra a corrupção” na Avenida Paulista.
Se acovardaram diante do candidato do mercado, que prometeu levar em frente o projeto de Temer, retirando mais direitos, acabando com a previdência e privatizando tudo o que encontrar pela frente.
Fingiram não haver denúncia, nem delação da Odebrecht, nem processo parado, muito menos indícios de superfaturamento em praticamente todas as grandes obras paulistas.
Alckmin, mais uma vez, sairá ileso, com sua reputação ilibada construída com a ajuda – e a proteção – da imprensa.
Enquanto isso, a população continua sofrendo com o preconceito e a ineficiência dos governos do PSDB, percebendo a parcialidade do Judiciário Brasileiro, capaz de julgar rapidamente e até condenar sem provas qualquer pessoa, mas completamente ausente e sem pressa quando o assunto é colocar no banco dos réus os amigos do mercado e das elites.
Alencar: “Alckmin comemora o silêncio dos grandes jornais”
Alckmin celebra o silêncio da imprensa a falta de pressa do Judiciário em investigar as muitas denúncias de corrupção envolvendo o nome do governador de São Paulo.