Artigo Opinativo!
A possibilidade eminente da privatização das estatais do setor elétrico brasileiro é algo preocupante, já que tivemos recentemente a privatização do fornecimento de água no Brasil, que afetará milhões de brasileiros em situações adversas de condições sociais baixas.
Estou atento a esses processos divulgado pelo Governo Federal, quanto à privatização da Eletrobras e suas subsidiárias, Eletronorte, Chesf, Furnas e Eletrosul – que são patrimônios do povo brasileiro – que não devem e não
podem ser privatizadas.
Trata-se de um Governo tampão, entreguista e irresponsável que tem tomado diversas medidas impopulares. Defenderei no Congresso Nacional, junto ao Partido dos Trabalhadores com apoio dos servidores do setor elétrico e sociedade civil, a anulação do processo de privatização da Eletrobras e de suas subsidiárias. Faremos Audiências Públicas na Câmara Federal para debater essa infeliz iniciativa do Governo Bolsonaro e conto com à participação da categoria deste setor e de toda sociedade que luta em defesa dos nossos patrimônios nacionais.
A Eletronorte já completou mais de quatro décadas de existência, de uma ferrenha e incessante luta. No ano de 1973 começava a história de uma grande empresa estatal, que foi criada para desenvolver e integrar a Região Amazônica ao resto do país. A atuação da Eletronorte é digna de nota sob todos os aspectos, mais ainda pelas dificuldades em atuar na Região Amazônica, com suas características peculiares, com uma logística muito difícil, com grandes distâncias entre suas cidades e longe dos maiores centros industriais do país.
Tem coisas que ficam para a história e que serão sempre lembradas. É ocaso dessa história que os homens e as mulheres da Eletronorte fizeram. Hoje, por conta da Eletronorte, a região Amazônica tem as capitais de seus
Estados, com exceção de Boa Vista, capital de Roraima, conectadas ao Sistema Interligado Nacional, além de muitas outras cidades importantes. Sei da luta de todos os trabalhadores deste setor para que a Eletronorte chegasse aonde chegou e não vamos permitir essa privatização por meio de um projeto apressado, sem a participação dos empregados das empresas e sem o apoio da população.
Quanto vale o patrimônio da Eletronorte?
Podemos citar alguns ativos importantes: a Eletronorte possui a usina de Tucuruí, a maior usina do país genuinamente brasileira. Também detém 20% do capital da UHE de Belo Monte, usina onde a sua operação e a
manutenção estão sob a responsabilidade da Eletronorte.
A Eletronorte possui grandes linhas de transmissão, como é o caso daslinhas que interligam as hidroelétricas Jirau e Santo Antonio à Araraquara, com 2.500km, em 800kV, a linha de transmissão que interliga a usina de Belo Monte ao município de Estreito em Minas Gerais, em 800 kV, com cerca de 2.500km e a linha de transmissão Tucuruí – Macapá – Manaus, em 500 kV, com, aproximadamente, 1.800km.
Em resumo, a Eletronorte atende ao nosso país com uma geração de mais de 9.000MW, com mais de 10.000km linhas de transmissão e 56 subestações. É um patrimônio incalculável se incluirmos os esforços despendidos no
curso de quatro décadas por todos os trabalhadores e trabalhadoras da Eletronorte. Por outro lado Eletrobras/Eletronorte é estratégica para o país. Não se pode abdicar do seu controle. Essa pretensão de privatização também causaria a perda de grande parte dos empregos ocupados pelos trabalhadores e trabalhadoras dessas estatais. Vamos lutar ao lado desses trabalhadores e tentaremos impedir o prosseguimento desses processos.
Pontos importantes para defendermos essas estatais.
A importância estratégica da Eletrobras/Eletronorte tendo em conta que a empresa controla hidroelétricas de grande porte, que são usinas fundamentais na geração de energia para o sistema interligado nacional e que os reservatórios dessas hidroelétricas são críticos e que sua operação influi decisivamente em todo o sistema de suprimento de energia elétrica para o País.
Devemos demonstrar a população para que todos conhecem o importante papel que a Eletrobras exerce no Brasil, em sua condição de sociedade de economia mista, sob controle acionário da União, e do seu papel estratégico na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Foi com a criação da Eletrobras o que se viu foi o desenvolvimento de uma empresa com enorme potencial técnico e econômico que fez muito pelo desenvolvimento no Brasil e que terá muito a fazer ainda.
Uma eventual privatização dessas importantes estatais do setor elétrico terá como consequência a demissão de centenas de trabalhadores do setor elétrico, com perda de um enorme conhecimento acumulado ao longo de muitos
anos de trabalho.
Vamos à luta.
São Paulo, Julho de 2020.
Por Alencar Santana Braga PT-SP
A importância de defender o setor elétrico brasileiro
Artigo Opinativo! A possibilidade eminente da privatização das estatais do setor elétrico brasileiro é algo preocupante, já que tivemos recentemente a privatização do fornecimento