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Nos últimos anos, mais intensamente durante a campanha de Bolsonaro à presidência, os ataques a movimentos sociais tiveram o intuito não somente de semear o terror na população mas também gerar desinformação e tirar o foco dos verdadeiros motivos que levam as pessoas a se organizar para lutar por direitos.
Um caso emblemático é o do MST.
Movimento de luta pela justiça agrária, pelo direito à alimentação saudável e variada e contra as políticas de concentração de riquezas nas mãos de latifundiários, o MST sempre foi desenhado pela grande imprensa e por setores da economia como um grupo de baderneiros, saqueadores e invasores de terras produtivas.
No entanto, contra a desinformação podemos sempre pesquisar e olhar – com calma – para os reais dados.
Os acampamentos e assentamentos do MST ofereceram nos últimos anos 200 vagas de educação à crianças e jovens, em mais de 2 mil escolas gratuitas, além de programas inovadores de alfabetização de 50 mil adultos e idosos.
Também, 2 mil jovens tiveram acesso a cursos técnicos e superiores, em que quase uma centena de cursos, qualificando o trabalho no campo, aumentando a produtividade e diminuindo o êxodo rural.
Para distribuir renda para as mais de 350 mil famílias assentadas e agregar valor aos alimentos produzidos, o MST criou mais de 100 cooperativas, 96 agroindústrias e 1,9 mil associações, além de garantir mercados qualificados para as safras.
Os trabalhadores ligados ao MST são responsáveis pela maior produção de arroz orgânico (livre de veneno) do mundo: 27 mil toneladas em 2017, grande parte utilizada para alimentar crianças das rede municipal pública de nossas cidades.
A tecnologia e a qualificação geraram um ganho de produtividade maior que 40% e a produção totalmente orgânica envolve 30 mil produtores certificados internacionalmente.
Esse é o verdadeiro MST.
Nesta semana, o filho de Bolsonaro chegou a dizer que seu pai mandaria para a cadeia ao menos 100 mil membros de movimentos sociais, principalmente do MST.
O que o Brasil precisa escolher é se manda pra cadeia todos esses trabalhadores e trabalhadoras do campo ou investe na policultura, na agricultura orgânica e na capacitação para garantir uma alimentação melhor para todos nós.

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Os trabalhadores ligados ao MST são responsáveis pela maior produção de arroz orgânico (livre de veneno) do mundo: 27 mil toneladas em 2017

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