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A reforma da previdência no Chile, aconteceu em 1981, sob a tutela da ditadura militar do Pinochet. A proposta do ditador chileno, prometia extravagâncias capitalistas na aposentadoria, 30 anos se passaram e os primeiros segurados do tal plano “mágico” começaram a receber pelo sistema.
A expectativa seria de uma aposentadoria vultuosa, com capacidade de assegurar, com certa folga, o restante da vida das pessoas que nela depositaram suas esperanças.
Ledo engano, o rendimento recebido é, de aproximadamente, 40% do salário contribuído. Foi uma vida inteira de contribuição, gerido pelas Administradores de Fundos de Pensão (AFPs), que injetaram o dinheiro dos contribuintes em mercado de capitais e, agora, não repassam, sequer, o que receberam.
Nosso questionamento, por que esse modelo foi implantado no Chile? De acordo Carlos Ominami Pascual, economista chileno, afirma que há dois fatos a se considerar:
“Primeiro, tivemos um golpe militar em 1973 e uma ditadura que, diferente de outras, foi agente de um projeto de refundação e tinha razão em achar o sistema previdenciário injusto, marcado por mais de 30 sistemas previdenciários corporativos, cada um refletindo a força de cada setor. Os parlamentares se aposentavam com 10 anos de atuação, por exemplo. Só os militares mantiveram seu privilégio de se aposentar com 20 anos de serviço até hoje. O sistema era injusto, tinha que mudar. Mas os militares o mudaram para um sistema brutal. As pessoas terão na aposentadoria tanto quanto forem capazes de acumular. Se for um trabalhador estável, com bom emprego e bom salário desde o princípio, boa saúde e trabalhar 40 anos, o sistema responde.  A questão é que apenas 10% está nesta situação. A maioria tem uma curva instável, acumula pouco, a taxa de retorno, que se prometeu de cerca de 70% quando se implantou, hoje é menos de 40% e faz com que as pessoas tenham pânico de se aposentar.
Segundo, o marketing internacional. Foi amplamente divulgado, não por suas virtudes, mas por ser um negócio. A propaganda foi incrível, tanto na ditadura como na democracia, altas fontes nacionais saiam ao mundo para promover o sistema. Uma vergonha. Sempre afirmei que se tratava de financiamento de empresas com a economia dos trabalhadores usando um sistema de seguridade social.”, afirma Ominami.
De acordo com o economista Kristian Niemietz, pesquisador do Institute of Economic Affairs (IEA, Instituto de Assuntos Econômicos, em português), o ministro responsável pela mudança, José Piñera, teve a ideia de privatizar a previdência após ler o economista americano Milton Friedman (1912-2006), um dos maiores defensores do liberalismo econômico.
O Chile colocou em prática algo que só existia em livros teóricos de economia: cada trabalhador faz a própria poupança, que é depositada em uma conta individual, em vez de ir para um fundo coletivo. Enquanto fica guardado, o dinheiro é administrado por empresas privadas, que podem investir no mercado financeiro.
Todos os trabalhadores chilenos são obrigados a depositar ao menos 10% do salário por no mínimo 20 anos para se aposentar. A idade mínima para mulheres é 60 e para homens, 65. Não há contribuições dos empregadores ou do Estado.
Trinta e cinco anos depois, o país vive uma situação insustentável, segundo sua própria presidente, Michelle Bachelet. O problema: o baixo valor recebido pelos aposentados.
A conta começou a chegar para os cidadãos chilenos, o baixo valor das aposentadorias chocou: 90,9% recebem menos de 149.435 pesos (cerca de R$ 694,08). O salário mínimo do Chile é de 264 mil pesos (cerca de R$ 1,226.20).
É essa previdência que você quer para você e sua família?
Fonte: BBC Brasil; ExtraClasse.org.br

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